Escovar os dentes com muita força e de forma errada retrai a gengiva e provoca sensibilidade
Um dente que mais atrapalha do que ajuda: o famoso siso, o dente do juízo. Quando ele inflama, a dor é terrível, mas será que todo mundo tem mesmo que tirar?
No pós-operatório, um sorvetinho vai bem. Só não vai para quem tem retração na gengiva. E a cárie, pega ou não pega?
SISO - O dente do siso é o terceiro molar. Como ele não é tão usado, algumas pessoas já nascem sem e não tem nenhum problema, como também não há problema em tê-lo, mas o ideal é retirar em algumas situações:
1. Quando o siso nasce parcialmente e um restinho de gengiva permanece em cima dele. Esse pedaço de gengiva acumula alimentos em uma região de difícil acesso para a escovação, assim, ocorre a inflamação do tecido, que causa muita dor. Quando o processo inflamatório não é contido e ocorre outras vezes, está indicada a retirada do dente.
2. Quando o siso nasce muito colado ao molar anterior porque fica complicado fazer a higiene, que leva à carie.
3. Quando não há espaço e o siso pode causar dor ou modificar a estrutura da dentição.
O dente do siso começa a aparecer por volta dos 17 anos, mesma idade indicada para a extração porque a raiz não está totalmente formada e a cirurgia é mais simples. Não há nenhuma regra para não retirar os quatro de uma vez, tudo é pensado no conforto do paciente, mas se tiver difícil é melhor tirar um de cada vez ou a cada dois.
Pós-operatório: consumir algo gelado nas 2 horas seguintes para evitar sangramento e inchaço. Analgésico e anti-inflamatório, de acordo com indicação médica.
SENSIBILIDADE - As causas da sensibilidade são duas: cárie e retração gengival. A primeira, a cárie, fragiliza o dente. Já a retração gengival ocorre em função da escovação errada, muito forte e/ou com movimentos equivocados. A gengiva descobre a raiz e deixa os túbulos dentinários expostos, causando dor no contato com gelado, quente ou ácido.
Dois tratamentos caseiros podem ajudam a diminuir a sensibilidade: creme dental para dentes sensíveis, que ajuda a fechar esses túbulos, e enxaguante bucal com flúor, que ajuda o próprio organismo na produção do "cimento" que vai fechar os túbulos.
Em casos mais graves, quando não é possível conviver com a sensibilidade ou quando os métodos caseiros não resolvem, é possível fazer restauração com resina, enxerto de gengiva e aplicar verniz e laser. O principal é a tratar a causa com orientação sobre a escovação. Como é um ato inconsciente, um lembrete no espelho do banheiro pode ajudar a escovar com menos força e da forma correta.
CÁRIE - A cárie é uma doença multifatorial, não basta ter a bactéria para desenvolvê-la, ela precisa de um ambiente propício. O biofilme que se acumulou no dente (principalmente a sacarose, proveniente do açúcar) é como um alimento para as bactérias, elas comem e produzem um ácido que, com o tempo, vai desmineralizar o dente e formar a cárie. Por isso, a cárie NÃO é transmissível, nós transmitimos apenas a bactéria, mas ela precisa encontrar um ambiente favorável para ficar ali, se alimentando.
O primeiro sinal da cárie é uma manchinha branca no esmalte do dente. No caso da lesão ativa, se não for tratada, ela vai progredindo para uma cavidade que atinge a dentina. Aí começam as dores porque a cárie saiu da superfície e atingiu o interior do dente. Também existe a lesão inativa que, ao invés de virar um buraquinho, ganha a pigmentação e vira uma manchinha preta. Nesse caso, não precisa de tratamento, apenas acompanhamento do dentista.